Não foi a primeira vez que o casal de idosos viajou em grupo. Passearam pelo Brasil, Europa e ainda por caminhos mais áridos como Egito, Israel, Jerusalém. Tomaram banho no rio Nilo, atravessaram o deserto, andaram nas corcovas de camelo... e quase chegaram em Missões. Mas a viagem acabou em rasteira e decepções. O organizador? Religioso de confiança.
As malas estavam fechadas, o que ficou para trás, organizado. Às oito horas da noite, da véspera, um telefonema “Olha! A viagem de vocês foi cancelada”. O casal ficou desorientado e não acreditou. A noite de sono que deveria ser tranquila e reparadora, virou pesadelo. A filha desconfiada foi atrás de respostas. No aeroporto, descobriu que não haviam reservas. Ligou para o hotel e a recepcionista não confirmou as estadias e nem o réveillon. O tour nunca existiu. Não havia pacote, somente engodo.
A verdade, o casal desconhece porque a filha poupou. Mas, já que foi cancelada a viagem, solicitaram a devolução dos pagamentos. Desculpas esfarrapadas foram arremessadas aos céus. Ela sim, a filha, sabe o destino do dinheiro. Na visão do ortodoxo e devotado religioso, está bem empregado, em nome do Senhor, nas paredes da igreja.