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Em direção à sala de embarque de retorno ao seu país, Lídia percebe que havia perdido as fichas de embarque. Comunica ao marido sobre o ocorrido. O companheiro assustado arregala os olhos e juntos voltam, o longo caminho do aeroporto de Lisboa, olhando para o chão.
Encontra um funcionário do aeroporto dentro de um balcão lendo um jornal. Vai em sua direção e desatinada fala “senhor perdi a ficha de embarque e não encontro. O que devo...?” Antes de terminar a pergunta, o homem baixa o jornal até a altura dos olhos e indaga calmamente “E eu com isso?”. Lídia fixa o olhar na cara da insólita criatura. Desorientada e mais estressada, ela visualiza o anticristo à frente.
Toma outra direção, seguida do esposo. Encontra um funcionário parado na porta da antessala de inspeção de passageiros. Faz a mesma indagação enquanto aproxima. O homem estende os braços impedindo a moça de entrar na sala. Lídia repete a frase. O indivíduo responde “volte à sala de embarque que alguém pode ter encontrado e deixou com a recepcionista”. Ao obter a resposta, reflete imediatamente “Como não pensei? Tão elementar!” Lídia agradece ao anjo e corre ao portão de embarque.
Os nervos estão estremecidos e a cabeça pesada pelo estresse. Lá está a ficha. Um brasileiro, de caráter, também de retorno ao Brasil, havia encontrado o documento jogado na esteira rolante e, como o costume, entrega na recepção.